quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

REDE LOCAL DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE VILA NOVA DE FAMALICÃO NO 3º ENCONTRO NACIONAL DE CENTROS NOVAS OPORTUNIDADES

"Pelo terceiro ano consecutivo, a Agência Nacional para a Qualificação, I.P. (ANQ) organiza um Encontro Nacional de Centros Novas Oportunidades que, juntará, no dia 14 de Dezembro, no Centro de Congressos de Lisboa (Antiga FIL - Junqueira), elementos das equipas técnico-pedagógicas dos aproximadamente 500 Centros Novas Oportunidades em funcionamento, avaliadores externos acreditados, peritos e especialistas nos domínios da educação e formação de adultos, bem como técnicos e representantes dos Ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social e da Educação.

Subordinado à temática "Voltar a estudar… continuar a aprender", este encontro assume-se como um espaço de discussão e de reflexão, constituído por três partes, tendo subjacente a intervenção dos Centros Novas Oportunidades na concretização das políticas de educação e formação sustentada nos objectivos e metas da Iniciativa Novas Oportunidades.
Na primeira parte é partilhada informação sobre alguns estudos de âmbito nacional e internacional em curso, centrados nas competências para a vida e na promoção da literacia familiar.

Na segunda parte deste encontro, é dado destaque, através de um único painel, às questões em torno da intervenção nos Centros Novas Oportunidades, através de comunicações a proferir por representantes de Centros Novas Oportunidades assegurados por entidades de diferentes tipologias. Desta forma, serão partilhadas algumas metodologias adoptadas localmente para resposta a questões concretas, tais como a constituição de uma rede local de educação e formação em Vila Nova de Famalicão; a adopção, pelos Centros Novas Oportunidades pertencentes ao Instituto do Emprego e Formação Profissional, de uma metodologia de "espera activa" ao dispor dos formandos inscritos para um percurso de qualificação; e a criação de redes promotoras de aprendizagem ao longo da vida, mediante a valorização das certificações parciais, desenvolvidas pelo Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária com 3.º ciclo do Ensino Básico de Caldas das Taipas.
Deste painel fará ainda parte uma intervenção através da qual será focado o papel central dos avaliadores externos no cumprimento da missão dos Centros Novas Oportunidades e na certificação das aprendizagens adquiridas em diversos contextos (formais, não formais e informais, numa lógica de aprendizagem ao longo da vida).

Na terceira e última parte, Maria do Carmo Gomes, Vice-Presidente da ANQ, trará à discussão o balanço do trabalho efectuado pelos Centros Novas Oportunidades ao longo de 2009, assim como os novos desafios para 2010"

Fonte: www.anq.gov.pt

PARABÉNS A TODOS OS ADULTOS CERTIFICADOS PELO NOSSO CNO

A Equipa Técnico-Pedagógica do Centro Novas Oportunidades da Escola Profissional Cior, felicita todos os que no dia 30 de Novembro receberam o seu Diploma, no âmbito do Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências.
A todos os que alcançaram, com muito esforço, preseverança e dedicação mais uma etapa nas suas vidas desejamos que esta constitua mais "uma oportunidade" em termos profissionais, formativos e pessoais.

"O que a vida Ensina também conta!"

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

II CERIMÓNIA PÚBLICA DE ENTREGA DE DIPLOMAS

No dia 30 de Novembro, realizou-se na Casa das Artes, pelas 21 horas, a II Cerimónia Pública de entrega de diplomas aos adultos que concluíram os processos de RVCC de níveis Básico, Secundário e Profissional, na área de Técnico de Acção Educativa, nível de qualificação III, no Centro Novas Oportunidades da Escola Profissional Cior.
Na mesa de honra da cerimónia estiveram o Dr. Amadeu Dinis; Director do CNO da Escola Profissional Cior, o Secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, Dr. Valter Lemos; o Vereador da Educação, Dr. Leonel Rocha; Director da Delegação Regional de Educação do Norte, Dr. António Leite e o Governador Civil do Distrito de Braga, Dr. Fernando Moniz.
Para além destes, os verdadeiros protagonistas deste evento foram os 420 adultos, que acompanhados pelas suas famílias e amigos receberam, num clima de festa e alegria, o seu diploma.
Transcendendo os limites de uma mera cerimónia de entrega de diplomas, esta assumiu um carácter especial, ao contar com a colaboração de uma adulta certificada, no âmbito do processo de RVCC Profissional, na área de Técnico de Acção Educativa. Coube a esta adulta, acompanhada por um grupo de crianças, a abertura da cerimónia, encenando um dos muitos momentos do seu dia-a-dia, enquanto auxiliar de acção educativa, ao contar o conto: “Uma Oportunidade”.
Outro momento alto da cerimónia foi protagonizado por um adulto, que se encontra em processo de RVCC de nível Básico, que interpretou em clarinete o “Ave Maria” de Schubert e o “Nocturno” de Chopin, revelando a riqueza de competências e de vivências adquiridas pelo adulto ao longo da sua vida.
Assim, muito mais que uma cerimónia formal de entrega de diplomas procurou-se que esta assumisse um carácter lúdico e cultural. Para isso, contamos também com a colaboração e apoio dos professores Bessa e André que, no momento alto da noite, levaram ao rubro, o público com uma encenação satírica, em tom de comédia. Estes, inesperadamente, no meio do público, deram lugar a um diálogo entre dois adultos em que destacaram as principais críticas e potencialidades da iniciativa Novas Oportunidades.
A cerimónia encerrou com um momento de confraternização entre os diplomados, os convidados e a organização.
A todos aqueles que cumpriram mais uma etapa das suas vidas os nossos sinceros parabéns! Esta iniciativa veio demonstrar que a Escola Profissional Cior é uma escola de vida e para a vida.

Joana Costa


INTERVENÇÃO PÚBLICA DO DIRECTOR DO CNO

Excº Sr. Secretário de Est. do Emprego e Formação Prof. Dr. Valter Lemos

Excº Sr. Director Regional de Educação do Norte Dr. António Leite

Excº Sr. Vereador da Educação da Câm. Municipal V. N. F. Dr. Leonel Rocha

Excº Sr. Governador Civil do Distrito de Braga Dr. Fernando Moniz

Excº Sr. Director da Esc. Sec. D. Sancho I Eng. Benjamim Araújo, Parceiro deste projecto

Excº Srs Convidados

Caros Diplomados

Equipa Técnico-Pedagógica do CNO

Colegas de Direcção

Minhas senhoras e meus senhores

Estamos aqui hoje, neste ambiente de festa, para testemunhar e entregar 68 diplomas de RVCC profissional de Técnico de Acção Educativa, 223 diplomas de 9ª ano e 206 de nível secundário, num total de 497 diplomas a adultos que com o seu trabalho e empenho viram valorizadas reconhecidas e certificadas as suas competências.

Para nós, responsáveis pelo Centro Novas Oportunidades da Escola Profissional CIOR, não é um motivo de orgulho, é antes um motivo de satisfação pelo dever cumprido.

Estes resultados foram possíveis de alcançar devido à conjugação de um conjunto de sinergias, que gostaria de destacar:

Como sabem, este Centro iniciou a sua actividade em Setembro de 2006 fruto de um protocolo estabelecido entre a E. P. CIOR, a Escola Secundária D. Sancho I e a Câmara Municipal de V. N. Famalicão. Esta parceria, cumprida com rigor pelos seus membros, possibilitou que este Centro disponha de excelentes instalações e equipamentos e de uma dinâmica de respostas aos adultos que nos procuram.

Deste o início da actividade do Centro foi preocupação dos seus responsáveis aproximar às pessoas os serviços que este presta. Nesse sentido, o incremento de parcerias e protocolos de colaboração com instituições, empresas e juntas de freguesia já ultrapassam a meia centena. Com estas parcerias foi possível ao centro criar um serviço de proximidade aos adultos que é, sem dúvida, um dos grandes segredos que permitiram alcançar os números que hoje apresentamos. Aos responsáveis por estas organizações, o meu muito obrigado pela vossa colaboração na divulgação da oferta formativa, na cedência de instalações e no incentivo que deram aos trabalhadores para que entrassem no processo de RVCC. .

Por fim uma palavra à excelência da equipa técnico-pedagógica, liderada com brilhantismo pela Coordenadora Joana Costa. Para eles uma palavra de gratidão pelo seu profissionalismo, disponibilidade, simpatia e cordialidade.

Permitam-me que me dirija agora áqueles que são a razão desta cerimónia, os diplomados.

Queria falar-vos de sonhos. Fernando Pessoa diz num dos seus poemas:”triste do que vive em casa,/ contente com o seu lar, /sem que um sonho, no erguer da asa,/faça até mais rubra a brasa/ da lareira a abandonar!...”

Estamos aqui porque efectivamente, estes adultos que hoje vão receber os seus merecidos diplomas concretizam um sonho. Um sonho de aprofundar, adquirir, demonstrar, validar e certificar as suas competências.

Ao contrário do que muita gente diz, escreve e fala, o processo de Certificação e Validação de Competências não é uma forma fácil de os portugueses melhorarem as suas habilitações escolares, é antes um processo diferente, ajustado e exigente que procura dar respostas e oportunidades aos adultos de demonstrarem as suas competências, de as melhorarem e aprofundarem e de as verem reconhecidas. Para isso estes adultos tiveram de quebrar com rotinas fazer reajustamentos às suas vidas, tirarem horas à vida familiar e ao descanso e priorizarem a formação nas suas vidas. Ao longo desta caminhada sentiram momentos de grande desânimo, momentos em que apetecia deixar tudo e regressar à alegria do lar, como diz o poeta. Mas estão aqui hoje, felizes, nervosos e sorridentes. Neles vejo espelhado outros versos do mesmo poeta, “Valeu a pena? Tudo vale a pena/ Se a alma não é pequena / Quem quer passar além do Bojador / Tem que passar além da dor…”.

O Bojador é, para mim, simbolizado pelo diploma que hoje vão receber. A dor simboliza o esforço, a coragem, a determinação, a vontade e o querer que ao longo destes meses demonstraram com o seu trabalho e persistência sem desistir.

Para terminar queria deixar um a palavra para aqueles que desistiram deste processo ou que ainda não tiveram coragem ou tempo para iniciar. E para esses deixo o vosso exemplo, testemunhado com uns versos de António Gedeão no belíssimo poema Pedra Filosofal: “Eles não sabem, nem sonham, / Que o sonho comanda a vida, / Que sempre que um homem sonha/ O mundo pula e avança/ Como bola colorida / Entre as mãos de uma criança”. Muito obrigado!

Amadeu Dinis

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

II CERIMÓNIA DE ENTREGA DE CERTIFICADOS DO CNO



No dia 30 de Novembro irá realizar-se a II Cerimónia de Entrega de Certificados a adultos que concluiram o processo de RVCC de nível Básico, Secundário e Profissional durante o ano 2009.

Esta cerimónia terá lugar na Casa das Artes, pelas 21 horas, Vila Nova de Famalicão e contará com a presença de todos aqueles que directa e indirectamente têm contribuido para o sucesso deste Projecto.
Aproveitamos este espaço para convidar todos aqueles que queiram partilhar este momento connosco.
Contamos Consigo!!! Apareçam!!!!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

4.000 VISITAS AO NOSSO BLOG


4.000 visitas

Agradecemos a todos aqueles que nos acompanham.

Obrigada!

domingo, 1 de novembro de 2009

IGUALDADE DE ACESSO À EDUCAÇÃO E À FORMAÇÃO

NOVAS OPORTUNIDADES NAS EMPRESAS -TESTEMUNHOS DE EMPRESÁRIOS

"COMPETÊNCIAS PARA A VIDA: O QUE DIZEM OS ESTUDOS DE AVALIAÇÃO INTERNACIONAL?"

No dia 5 de Novembro de 2009, vai ter lugar no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, uma conferência subordinada à temática: "Competências para a vida: o que dizem os estudos de avaliação internacional?".
Uma das temáticas que irá ser alvo de atenção prende-se com a Identificação de competências para que os indivíduos possam defrontar muitos dos desafios que vão encontrando ao longo da vida.
Sob a modalidade de workshop, "este encontro irá debruçar-se, em especial, sobre a literacia, isto é, sobre a capacidade que cada pessoa tem para ler e escrever, já que, nos dias que correm, o conhecimento, a capacidade de manuseamento da informação e a aquisição de aprendizagens são considerados elementos fulcrais para uma total integração e participação nas sociedades actuais" .
Assim sendo, serão apresentados e analisados dois estudos internacionais que evidenciam a forma como os países têm reconhecido essas competências-chave, sendo eles:
i) Internacional Adult Literacy Survey (IALS), cujos dados foram divulgados em 2000;
ii) Programme for the Internacional Assessment of Adult Competencies (PIAAC) - um estudo, actualmente em curso, dirigido à avaliação de competências da população adulta.

sábado, 31 de outubro de 2009

III CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO PNL 2009


A III Conferência Internacional do Plano Nacional de Leitura terá lugar nos dias 22 e 23 de Outubro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. A entrada é livre. Para mais informações consultar:

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

PROJECTO RUMOS FORAVE

Apoiar a qualificação e a reinserção profissional de indivíduos adultos com idade superior a 23 anos, promover a iniciativa empresarial e o auto-emprego e contribuir de uma forma efectiva para o desenvolvimento económico e social das comunidades onde o adulto está inserido constituem os objectivos da OFICINA DE PROJECTOS da Forave - Associação para a Educação Profissional do Vale do Ave.

Mas afinal, o que é um oficina de projectos? A quem se destina?

Uma oficina de projectos pretende ser, simultaneamente, um espaço de qualificação, de promoção empresarial e de criação do próprio emprego. Esta iniciativa destina-se a adultos, empregados e desempregados, com idade igual ou superior a 23 anos, com habilitação escolar inferior ao 9ºano.

Como se inscrever e obter mais informações?

Diriga-se à Forave, Quinta da Serra, Apartado 5032, 4760-683 Lousado

Tel. Fax.252 416 315

Tlm. 917244448

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

PLATAFORMA CONCELHIA DE CNOS DE VILA NOVA DE FAMALICÃO ARRANCA COM UMA CAMPANHA SENSIBILIZAÇÃO JUNTOS DOS EMPRESÁRIOS

A Plataforma Concelhia dos Centros Novas Oportunidades de Vila Nova de Famalicão irá promover um conjunto de acções concertadas que incluem uma campanha de informação/sensibilização, orientada para o tecido empresarial, no âmbito da Iniciativa Novas Oportunidades, e um seminário no dia 26 de Novembro, pelas 17 horas, nas instalações do CITEVE, com objectivo de sensibilizar os empresários da região para a importância da qualificação dos seus colaboradores como veículo de promoção de produtividade e competitividade da sua organização. Em breve disponibilizaremos informação mais detalhada acerca da iniciativa e levar a efeito.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

VISIONARIUM - NOVAS OPORTUNIDADES

O Visionarium é um centro de ciência, promovido e gerido pela AEP – Associação Empresarial de Portugal, no Europarque, em Santa Maria da Feira. Recentemente ampliou as suas actividades através de um programa educativo inovador, especificamente concebido para adultos e jovens adultos, em processo de aprendizagem ou certificação de competências no âmbito da Iniciativa Novas Oportunidades. Inserindo-se no quadro da educação não-formal, este programa fornece uma aprendizagem complementar para as áreas científicas, apostando sempre, segundo os organizadores, na qualidade dos conteúdos e respeitando as exigências dos referenciais definidos.Estão disponíveis modelos diferenciados de visitas ao Centro de Ciência do Europarque (orientadas, guiadas e temáticas), actividades experimentais (transversais, gerais e específicas), viagens, noites no museu, projectos pedagógicos e sessões no Laboratorium, em horários laborais e pós-laborais.Mantendo a filosofia da experimentação como componente fundamental da aprendizagem, a iniciativa dá particular ênfase às actividades práticas e procura responder às necessidades pedagógicas de quatro grandes grupos de adultos:- adultos que frequentam cursos de educação e formação de adultos, de nível básico ou secundário;- adultos em processo de reconhecimento, validação e certificação de competências de nível básico ou secundário;- jovens adultos que frequentam cursos de aprendizagem; - jovens que frequentam cursos profissionais.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ENTREVISTA A LUÍS CAPUCHA

Entrevista a Luís Capucha - Presidente da Agência Nacional para a Qualificação, I.P.

Que balanço faz, até à data, do programa Novas Oportunidades?


A Iniciativa Novas Oportunidades criou um movimento social sem precedentes em Portugal de procura de qualificações, e em particular de qualificações escolares. São mais de 950.000 as pessoas que se inscreveram em Centros Novas Oportunidades ou em cursos de Educação e Formação de Adultos, das quais mais de 300.000 foram já certificadas. No eixo dos jovens, ameta de se atingir em 2010 um número de alunos a frequentar o ensino secundário nas vias profissionalizantes idêntico ao dos que frequentam as vias científico-humanísticas foi já alcançada este ano. Este movimento resulta de quatro factores-chave: desde logo, a Iniciativa corresponde a uma grande necessidade do país e das pessoas, dados os baixos níveis de qualificação da população portuguesa, num contexto em que cada vez mais o mercado de trabalho e a participação social exigem mais conhecimento e aprendizagem permanente. Em segundo lugar, as pessoas ganharam uma percepção nova da importância que tem para si este regresso à escola ou, no caso dos jovens, a conclusão do secundário. Sentem-se mais realizadas pessoalmente, mais valorizadas socialmente e também melhor preparadas para enfrentar os desafios sempre novos de uma economia em rápida mudança. Um terceiro factor relaciona-se com a qualidade das respostas. Uma boa parte das medidas que integram a Iniciativa já existiam. Mas em muito pequena escala e sem a ambição de abrangerem a globalidade da população. Outras, como o ensino recorrente, tendiam a reproduzir o ensino típico de crianças e jovens, desadequado a adultos, que têm experiência e competências adquiridas ao longo da vida, um modo de aprender diferente e condições de vida que obrigam a conciliar os estudos com outras responsabilidades. A Iniciativa disponibilizou em todo o país respostas adequadas à educação-formação de adultos. Acrescente-se a este conjunto de realidades a constituição de um novo grupo de profissionais, o dos técnicos dos Centros Novas Oportunidades, quase todos jovens com grande disponibilidade, muito brio e empenho profissional, e percebe-se porque é que as coisas funcionam. Funcionam também, e este é o quarto factor, porque um conjunto muito vasto de agentes perceberam a importância decisiva da batalha das qualificações e da reposição de justiça em relação a pessoas que deram o melhor de si ao país, trabalhando, mas não tiveram oportunidade de estudar e completar níveis adequados de certificação. Trata-se de escolas públicas e escolas profissionais, centros de formação profissional, associações, autarquias e empresas. Que em muitos casos operaram verdadeiras revoluções tranquilas nos seus projectos para poder assumir o seu papel e tornar a Iniciativa Novas Oportunidades num Programa com carácter nacional em toda a amplitude do termo.


Que impacto tem este programa tido na qualificação dos activos portugueses?


Destacarei apenas cinco aspectos, a título exemplificativo. Primeiro: a expansão da oferta e da procura das vias profissionalizantes pelos jovens permitiu reduzir para metade o abandono escolar precoce e tornou possível (isto é, realista) colocar como objectivo a escolaridade de 12 anos como mínimo no nosso país. Segundo: o número de adultos certificados até ao momento é superior ao somatório de várias décadas anteriores ao ançamento da Iniciativa. No final de 2010 teremos certificado quase um terço dos adultos activos com habilitações inferiores ao secundário. Trata-se de um esforço sem paralelo na nossa história. Terceiro: mostrou-se que os portugueses não rejeitavam a escola. Pelo contrário, foram, a seu tempo, rejeitados. Mas agora a escola mudou. Novos parceiros vieram juntar-se-lhe no cumprimento desta missão. As instituições mudaram a suas atitudes face à aprendizagem e as pessoas também. Quarto: são inúmeros os casos de pessoas que, depois de terem concluído um determinado ciclo de estudos, prosseguem o esforço para irem mais longe. Por outro lado, renasceu a procura de cursos de alfabetização. A Iniciativa está a produzir um grande impacto na aprendizagem ao longo da vida em Portugal. Por fim, é hoje conhecido, a partir de estudos académicos realizados na Universidade de Coimbra, que a participação dos adultos na Iniciativa tem um efeito muito positivo no comportamento escolar das crianças e nas suas aprendizagens.

Quando recrutam, as empresas reconhecem os activos que frequentaram o programa?

A Iniciativa Novas Oportunidades não é um programa de modernização das empresas. Outros programas e outras iniciativas terão de contribuir para a mudança do perfil de recrutamento nas empresas, que se liga muito ao perfil competitivo que as caracteriza. Porém, a Iniciativa Novas Oportunidades não é passiva nesta matéria. Desde logo, os diplomas obtidos com a conclusão das suas diversas respostas têm o mesmo valor de quaisquer outros. Todas essas respostas (conclusão do secundário por parte de pessoas que o tinham frequentado, Formações Modulares Certificadas, cursos de Educação e Formação de Adultos, processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências), obedecem a requisitos e a referenciais reconhecidamente exigentes. O esforço necessário para os obter é testemunhado por todos. Depois, as empresas têm aderido à Iniciativa de uma forma que, se não é total, não deixa de ser surpreendente e estimulante face ao que era comum no nosso país. Praticamente todas as grandes empresas, nacionais e multinacionais, estão envolvidas no programa através de protocolos com a ANQ e o IEFP ou da promoção de Centros Novas Oportunidades. São inúmeras as PME que por todo o país estão a trabalhar com a extensa rede de 456 Centros. Não será por falta de oferta que o perfil de recrutamento não subirá. Competenos continuar esta cooperação e assegurar que o capital humano disponível no nosso país está cada vez mais alinhado com as exigências da economia moderna. Espera-se que o contributo da qualificação tenha um efeito positivo e que o exemplo das empresas que já perceberam a importância das qualificações se vá disseminando.

Quais as principais dificuldades por que o programa tem passado?

A Iniciativa Novas Oportunidades é um Programa novo. Teve de passar por um período de implementação, à escala nacional, que envolveu um grande esforço. Foi necessário preparar as organizações, como escolas, centros de formação, autarquias e empresas, para responderem enquanto promotores. Recrutaram-se mais de 8.000 mil pessoas que foi preciso formar e que tiveram de “inventar” um serviço novo. Criaram-se referenciais e competências, definiram-se metodologias e deram-se orientações para o trabalho que exigiram muita imaginação e muito rigor. Isto no eixo adultos da Iniciativa. No eixo ovens foi também necessário preparar equipamentos e recursos humanos para assegurar qualidade na expansão das vias vocacionais. Agora o programa segue em ritmo de cruzeiro, mas o arranque exigiu muito esforço. A outra dificuldade relaciona-se com o preconceito que a toda a hora é necessário enfrentar. A posse de diplomas escolares em Portugal, pela sua raridade, confere vantagens. Quando se multiplicam os que os possuem, surgem certas reacções típicas de quem vê em perigo um monopólio, apesar desse monopólio ter sido construído à custa da exclusão da maioria da população. Estes preconceitos passam com muita facilidade na comunicação social, tanto mais quanto esta tende a ter da escola e das qualificações uma visão elitista. Visão essa também alimentada por certos “opinion-makers” politicamente alinhados, ou mesmo por alguns responsáveis políticos, que procuram retirar mérito à Iniciativa, julgando assim atacar o governo, quando ao fim e ao cabo apenas estão a desdenhar do enorme esforço feito pelas centenas de milhares de portugueses que tiveram a coragem de aderir. Para o futuro esperam-nos novos desafios. Está prestes a ser alcançado a primeira etapa da Iniciativa. Tem sido possível colocar a meta à vista sem cedências no rigor e na qualidade. Mas a breve prazo haverá que partir para uma nova fase, durante a qual, a par da formação inicial dos adultos ainda não qualificados, será necessário preparar os Centros Novos Oportunidades para se tornarem em “portas de entrada” na formação contínua, especializar melhor as respostas em função das características dos diferentes segmentos dos públicos, melhorar os encaminhamentos para respostas de educaçãoformação como os cursos de Educação e Formação de Adultos e reduzir os tempos de espera daqueles que nos procuram.


Que efeitos perniciosos pode ter esta massificação da qualificação?


A massificação não tem efeitos perniciosos. Há muito tempo que a escola portuguesa, como a de todos os países desenvolvidos, deveria ser uma escola verdadeiramente de massas, para todos. O insucesso, o abandono escolar precoce e a exclusão da maioria da população actualmente activa é que tiveram muitos efeitos perversos. Foram injustos para as vítimas e prejudicaram o desenvolvimento do país. Temos de corrigir esta situação com urgência. É uma prioridade nacional absoluta.


Actualmente, ser licenciado já não é sinónimo de arranjar emprego. Em que é que este programa veio mudar a realidade laboral dos activos que não cumpriram a escolaridade mínima obrigatória ou o 12º ano?


É verdade que possuir um diploma de ensino superior ou secundário não dá acesso imediato ao mercado de trabalho numa posição coincidente com as habilitações adquiridas. Em todo o mundo desenvolvido as transições da escola para a vida activa deixaram de ser lineares. Mas é também um facto que os níveis de escolaridade, passado o período de transição, afectam muito fortemente as carreiras profissionais. Estão a desaparecer os empregos menos qualificados, pelo que o risco de desemprego prolongado é maior entre os menos escolarizados. Por outro lado, a progressão salarial acaba por diferenciar de uma forma muito marcada os diferentes níveis de habilitações. Por isso, a escolaridade é determinante para o futuro de cada um. Na esmagadora maioria dos casos as pessoas que passaram pela Iniciativa são empregadas. Tanto essas como as desempregadas dão testemunho de se sentir mais bem preparadas. Lidam melhor com as TIC, dominam melhor as línguas, estão mais capazes de trabalhar em equipa, têm mais confiança em si próprias, mais espírito de iniciativa, melhor capacidade para compreender a inovação e adaptar-se às mudanças. Tudo isto se reflectirá em maior produtividade que permitirá, a seu tempo, aumentar a qualidade de vida e de trabalho. Não são porém raros os casos em que a obtenção dos diplomas permitiu a muitas pessoas serem promovidas, concorrer a lugares que requerem habilitações superiores às que tinham dentro das organizações e empresas em que já se encontravam. E são igualmente muitos os desempregados munidos com os novos diplomas que vêem alargado o campo de lugares a que podem agora candidatar-se. Como disse, este é um programa para a qualificação. Não se lhe peça que seja um programa de modernização das empresas. Mas mesmo assim dá um contributo importante. Muitas pessoas sentiram já os benefícios directos na vida laboral. Mas quase todas se sentem, principalmente, melhor preparadas para agarrar as oportunidades com que venham a deparar-se.


Como vê a qualificação em Portugal dentro de 20 anos?

Ninguém pode dizer como será seja o que for daqui a 20 anos. A minha esperança é que Portugal esteja entre os melhores do ponto de vista da justiça social, da qualidade de vida e do desenvolvimento económico e humano. Para isso é preciso prosseguir o esforço de qualificação de todos os portugueses porque, certamente, isso determinará o que seremos daqui a 20 anos.


Fonte: Especial Novas Oportunidades DN/JN – 18 de Setembro de 2009