domingo, 29 de março de 2009

INTERACÇÃO, COOPERAÇÃO E PARTILHA

No âmbito do convite formulado pela Equipa Novas Oportunidades da DREN (ENOp), o Centro Novas Oportunidades da Cooperativa de Ensino de Vila Nova de Famalicão, CRL - Escola Profissional Cior participou num painel de partilha de práticas relativas ao processo de RVC, no âmbito do Encontro de Centros Novas Oportunidades denominado: “Interacção, Cooperação e Partilha, o qual teve lugar no dia 17 de Fevereiro, no Centro Cultural Vila Flor, Guimarães.
Com o objectivo de aproximar organizações, pessoas, pensamentos e práticas este espaço assumiu-se como um momento de interacção, cooperação e partilha de experiências entre os vários Centros Novas Oportunidades que operam na região do Vale do Ave.
A abertura do Encontro foi da responsabilidade da Coordenadora da ENOp, Olívia Santos Silva, seguindo-se posteriormente, um conjunto de painéis de trabalho que contaram com a intervenção de representantes de Centros novas Oportunidades.
No primeiro painel: “Antes e depois do encaminhamento: estratégias, instrumentos, (im)possibilidades, dificuldades” contou com os testemunhos dos Centros Novas Oportunidades da Associação Empresarial do Baixo Ave e a Escola Secundária Tomaz Pelayo.
No segundo painel: “Processo de RVC: estratégias, instrumentos, envolvimento, resultados” interviram os Centros Novas Oportunidades da Associação Empresarial de Fafe Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto e a Cooperativa de Ensino de Vila Nova de Famalicão, CRL- Escola Profissional Cior. No terceiro painel: Júri de Validação: concepção, organização, participação contou com a presença da Escola Secundaria de Vizela e da Escola Secundária de Caldas das Taipas. Durante a parte da tarde decorreu um momento de reflexão intitulado: “Espaços em branco” durante o qual os vários centros reflectiram sobre um artigo, recentemente publicado em torno dos Centros Novas Oportunidades, intitulado: “Opinião faz o aluno”.
Este encontro constituiu mais um momento de partilha de saberes, práticas e anseios entre os Centros Novas Oportunidades do Vale do Ave.

Joana Costa
Coordenadora

NOVA CAMPANHA PUBLICITÁRIA



Nova campanha de publicidade sobre a Iniciativa Novas Oportunidades já arrancou.

Vanessa Fernandes
23 anos
Centro de Novas Oportunidades da Escola Secundária Luís de Freitas Branco, Oeiras
Atleta de Alta Competição



http://testemunhos.novasoportunidades.gov.pt

MOMENTOS DE CERTIFICAÇÃO... O NOSSO JÚRI

DE ANTÓNIO ALEIXO A ANTÓNIO VARIAÇÕES

Desta vez lembrei-me de vos escrever sobre os Antónios deste país, não sobre António Lobo Antunes, nem António Gedeão, ou António de Oliveira Salazar, nem mesmo sobre o Padre António Vieira. Quero falar de dois homens menos importantes para o mundo das letras e das ideias: António Aleixo e António Variações. Quer um quer outro podem representar o universo dos muitos Antónios que recorrem aos Centos Novas Oportunidades para verem reconhecidos os seus processos de reconhecimento, validação e certificação de competências. Tanto um como outro não frequentaram durante muito tempo as escolas básicas, tampouco frequentaram as universidades, no entanto projectaram-se e perpetuaram os seus nomes, devido às muitas competências e qualidades que revelavam.
António Aleixo foi guardador de cabras, cantor popular de feira em feira, soldado, polícia, tecelão, servente de pedreiro em França, “poeta cauteleiro”. Considerado um dos poetas populares algarvios de maior relevo, famoso pela sua ironia e pela crítica social sempre presente nos seus versos, António Aleixo também é recordado por ter sido simples, humilde e semi-analfabeto, e ainda assim ter deixado como legado uma obra poética singular no panorama literário português.
Na sua figura de homem humilde e simples, havia o perfil de uma personalidade rica, vincada e conhecedora das diversas realidades da cultura e sociedade do seu tempo. Aleixo tinha por motivos de inspiração as brincadeiras dirigidas aos amigos e a crítica social. É notável, na sua poesia, uma certa amargura filosófica, aprendida na escola impiedosa da vida.
António Variações foi filho de camponeses minhotos muito pobres. Terminada a instrução primária, foi para Lisboa onde se dedica a várias actividades profissionais: aprendiz de escritório, barbeiro, balconista e caixeiro. Na capital trabalha durante o dia e estuda à noite.
Como qualquer jovem do seu tempo, cumpriu o serviço militar obrigatório em Angola, onde, em conjunto com outros militares formou uma banda musical.
De regresso a Lisboa, partiu, uns meses mais tarde, para Londres e Amesterdão, com o objectivo de aperfeiçoar o seu trabalho de cabeleireiro.
A par desta actividade profissional, desenvolveu o seu prazer pela música, que terá herdado do pai, um exímio tocador de cavaquinho. Com poucos estudos, sem nunca ter aprendido canto e sem saber uma nota, escreve, compõe e canta com uma qualidade surpreendente, produzindo uma música completamente experimental “por ensaio e erro”. Nas letras das suas canções transmite os seus estados de alma e registos de observações quotidianas, cruzados com as tradições populares. Não se confina a um único estilo musical, revela-se heterogéneo, produzindo música de diversos estilos, admirada, não só pelos críticos e pelo público, mas também por músicos consagrados como Amália Rodrigues ou Pedro Ayres de Magalhães.
Estes dois homens bem podem servir de exemplo e de estímulo para todos aqueles que acreditam que a aprendizagem e a valorização pessoal e profissional não se fazem apenas no mundo da escola. Os CNO`s cá estão para valorizar e certificar todas as aprendizagens e todas as competências adquiridas nos mais variados contextos da viva.


Júlio Sá
Avaliador Externo

IN LEITURAS

NOVAS OPORTUNIDADES: UM DIREITO DE TODOS

CNOS INCLUSIVOS
Com a Declaração de Hamburgo, resultante da “V Conferência Internacional sobre Educação e Formação de Adultos”, organizada pela UNESCO, em 1997, o conceito de “aprendizagem ao longo da vida”adquire um óptica de segunda oportunidade para os adultos, ao reconhecer as aprendizagens realizadas em contextos não formais e informais como válidas para o prosseguimento dos estudos e/ou da formação, viabilizando outras formas de acesso a um diploma e a uma qualificação.
Dentro desta filosofia, em 2000, iniciou-se em Portugal a implementação do Sistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) que potencia a valorização dos saberes que os adultos adquiriram ao longo da vida em diferentes contextos.
Se até 2006, estas estruturas eram designadas por Centros Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, recentemente, e no âmbito da “Iniciativa Novas Oportunidades” foram “rebaptizados” de Centros Novas Oportunidades (CNO). Desde então, mas com mais força, todos nós já ouvimos falar dos Centros Novas Oportunidades como “porta de entrada” na (re)definição de um percurso de educação e formação permitindo o acesso a um diploma e/ou qualificação.
Como resultado do exercício da igualdade de oportunidades gostaria de dar especial aos CNOS que promovem processos para públicos específicos, estamos a falar dos cidadãos com deficiência. Mais de 51% das pessoas com deficiência em Portugal têm apenas o 1º Ciclo completo. Face a isto, podemos afirmar se a situação da qualificação dos portugueses é dramática, a situação da qualificação das pessoas com deficiência é catastrófica. São cerca de 20% as pessoas com deficiência analfabetas, ou que frequentaram a escola mas não obtiveram certificação. Todavia, e independentemente deste panorama, são cada vez mais os adultos com deficiência que se tornam exigentes consigo próprios, e reenvindicando um espaço na sociedade e como tal procuram também melhorar as suas competências pessoais e profissionais.
Desde 2006 que foram criados quatro “CNO Inclusivos” - estruturas que têm como públicos preferenciais as pessoas com deficiências e incapacidades - especializados na intervenção com pessoas com deficiências músculo esqueléticas (Centro de Reabilitação Profissional de Gaia), sensoriais (Colégio António Aurélio da Costa Ferreira da Casa Pia de Lisboa), intelectuais (CNO da Arrábida), paralisia cerebral e multideficiência (Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral).
Estes Centros assumem-se como espaços especializados, dotados de acessibilidade arquitectónica, comunicacional e atitudinal que se concretizam pela existência de instalações e equipamentos acessíveis e adequados às exigências e necessidades das pessoas com que intervêm, bem como equipas técnico-pedagógicas multidisciplinares que asseguram com qualidade, o acesso das pessoas com deficiência e incapacidades ao processo de RVCC.
Joana Costa

RVCC PROFISSIONAL - TÉCNICO(A) DE ACÇÃO EDUCATIVA



RECONHECIMENTO VALIDAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS UM NOVO DESAFIO, UMA NOVA INTERVENÇÃO


Se até então a actividade dos Centros Novas Oportunidades centrava-se no desenvolvimento de processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências escolares, recentemente alguns CNO foram autorizados pela ANQ para implementarem o dispositivo RVCC para a vertente profissional com objectivo de contribuir para o aumento dos níveis de qualificação formal da população activa, bem como constituir uma segunda oportunidade de formação para aqueles que não frequentaram ou abandonaram precocemente os sistemas de educação e formação.
Este novo dispositivo de educação e formação foi integrado na iniciativa “Novas Oportunidades”, passando a constituir uma resposta simultânea às necessidades de dupla certificação - escolar e profissional - dos adultos empregados e desempregados.
O dispositivo RVCC profissional encontrava-se apenas disponível em 16 profissões e em 43 Centros de Formação Profissional da rede do IEFP. Todavia, a sua oferta foi generalizada a outras saídas profissionais contempladas no Catálogo Nacional de Qualificações e a funcionar na rede de Centros Novas Oportunidades.
Neste sentido, o Centro Novas Oportunidades da Cooperativa de Ensino de vila Nova de Famalicão, CRL- Escola Profissional Cior foi uma das entidades que obteve a autorização para a implementação do RVCC Profissional. Assim sendo, mais uma vez, deparamo-nos com novo desafio - certificar competências profissionais na área de educação e formação: serviços de apoio a crianças e jovens, mais precisamente na saída profissional de técnico de acção educativa com equivalência escolar ao 12º ano de escolaridade.
Ao longo de um conjunto de sessões, individuais e/ou colectivas e com o apoio de técnicos e formadores, da área profissional e escolar, proceder-se-á à identificação e reconhecimento das respectivas competências, como na recolha de evidências que as comprovem. A certificação final implica que os candidatos possuam todas as competências correspondentes ao curso de formação profissional e escolar.