Tudo começou no ano 2006 quando exercia funções de formadora de Linguagem e Comunicação nos cursos EFA (Educação e Formação de Adultos), mundo recheado de emoções e aprendizagens, que a nossa escola promovia e ainda promove. Foi então que surgiu a oportunidade de abraçar outro projecto ainda maior e com uma dimensão mais universal: “A Iniciativa Novas Oportunidades”. Um projecto novo e muito interessante, que tinha como meta aumentar as qualificações de um milhão de portugueses até 2010.
A concretização deste projecto passa pelo processo RVCC de nível básico e secundário. O RVCC é um processo organizado e coerente, orientado por profissionais de reconhecimento e validação de competências, de identificação e avaliação dos saberes e competências adquiridos pelos adultos em contextos de aprendizagem informais e não formais.
Este processo visa certificar competências adquiridas através da experiência de vida, atribuindo um certificado, sempre que as competências validadas correspondam aos referenciais para as qualificações escolar e profissional.
Assim, iniciei as funções de formadora de duas áreas de competências-chave: Linguagem e Comunicação e Cidadania e Empregabilidade de nível básico, no Centro Novas Oportunidades da nossa escola. Mais tarde, em Dezembro de 2007, o Centro iniciou o processo de RVCC de Nível Secundário, e por isso, a minha função de formadora de nível básico foi substituída pelo cargo de formadora de Cultura, Língua e Comunicação de nível secundário, lugar que ocupo ainda hoje. Desta forma, reconheço e valido os conhecimentos que o adulto adquiriu ao longo do seu percurso de vida, por referência às metodologias: História de Vida e Balanço de Competências, as quais permitem ao adulto descobrir as suas próprias potencialidades, tanto a nível pessoal como profissional, contribuindo para a construção do Portefólio Reflexivo de Aprendizagens (PRA).
Considero a minha função como formadora muito gratificante, mas também muito exigente, pois se por um lado me permite alargar os meus conhecimentos, por outro, exige que cada adulto seja acompanhado de forma personalizada, visto que cada um apresenta uma história de vida diferente e, por consequência, competências pessoais, profissionais, sociais, muito diversificadas e enriquecedoras.
Esta é uma tarefa árdua, que nós, profissionais e formadoras de RVCC temos, pois devemos apoiar os adultos, ajudá-los a reviver fortes emoções, aumentando a sua confiança e alegria do regresso à escola. O adulto chega, muitas vezes, timidamente, sem saber muito bem qual a finalidade exacta dos Centro Novas Oportunidades. Tem apenas uma certeza – concluir um sonho que foi interrompido subitamente por motivos de força maior.
Após o início do processo, os adultos revelam algumas dificuldades, nomeadamente na construção do Portefólio Reflexivo de Aprendizagem (PRA), ou seja, apresentam algumas limitações na reflexão sobre a sua história de vida. Encontram-se também dificuldades ao nível da expressão oral e escrita, bem como nas TIC, consequência da pouca leitura e do pouco contacto com o computador, no seu dia-a-dia. Outro grande obstáculo é o conhecimento de uma língua estrangeira, a maior parte dos formandos não revela as competências essenciais para a sua validação, por isso é encaminhado para formações modulares. Os adultos lamentam-se, ainda, dizendo que têm pouca disponibilidade para a família, nomeadamente ao fim-de-semana, período em que aproveitam para desenvolver algum trabalho para o RVCC.
Apesar de todas estas dificuldades, com empenhamento, dedicação e com a reorganização do tempo, conseguem superar todos estes obstáculos.
Toda esta caminhada, período em que constroem o seu PRA, é orientada pelas profissionais e formadoras de RVCC. Com o nosso apoio, o adulto recupera e passa para o papel as suas vivências pessoais, familiares, sociais e profissionais, identificando competências esquecidas ou que nunca foram valorizadas.
Desde o primeiro momento vemos em cada adulto uma nova possibilidade, semeamos esperanças e tentamos acarinhar o sonho de alguém que se quer realizar. Esta intensa tarefa termina no Dia de Júri de Certificação, quando finalmente se confirmam todos os saberes revelados ao longo do processo. A nossa função cessa quando os formandos nos confessam emocionados que valeu o esforço e que pretendem continuar os seus estudos.
A todos os adultos os meus parabéns, pois são a nossa inspiração e um exemplo para várias gerações. Como diz o poeta Fernando Pessoa, na Mensagem: Tudo Vale a pena, se a alma não é pequena.
A concretização deste projecto passa pelo processo RVCC de nível básico e secundário. O RVCC é um processo organizado e coerente, orientado por profissionais de reconhecimento e validação de competências, de identificação e avaliação dos saberes e competências adquiridos pelos adultos em contextos de aprendizagem informais e não formais.
Este processo visa certificar competências adquiridas através da experiência de vida, atribuindo um certificado, sempre que as competências validadas correspondam aos referenciais para as qualificações escolar e profissional.
Assim, iniciei as funções de formadora de duas áreas de competências-chave: Linguagem e Comunicação e Cidadania e Empregabilidade de nível básico, no Centro Novas Oportunidades da nossa escola. Mais tarde, em Dezembro de 2007, o Centro iniciou o processo de RVCC de Nível Secundário, e por isso, a minha função de formadora de nível básico foi substituída pelo cargo de formadora de Cultura, Língua e Comunicação de nível secundário, lugar que ocupo ainda hoje. Desta forma, reconheço e valido os conhecimentos que o adulto adquiriu ao longo do seu percurso de vida, por referência às metodologias: História de Vida e Balanço de Competências, as quais permitem ao adulto descobrir as suas próprias potencialidades, tanto a nível pessoal como profissional, contribuindo para a construção do Portefólio Reflexivo de Aprendizagens (PRA).
Considero a minha função como formadora muito gratificante, mas também muito exigente, pois se por um lado me permite alargar os meus conhecimentos, por outro, exige que cada adulto seja acompanhado de forma personalizada, visto que cada um apresenta uma história de vida diferente e, por consequência, competências pessoais, profissionais, sociais, muito diversificadas e enriquecedoras.
Esta é uma tarefa árdua, que nós, profissionais e formadoras de RVCC temos, pois devemos apoiar os adultos, ajudá-los a reviver fortes emoções, aumentando a sua confiança e alegria do regresso à escola. O adulto chega, muitas vezes, timidamente, sem saber muito bem qual a finalidade exacta dos Centro Novas Oportunidades. Tem apenas uma certeza – concluir um sonho que foi interrompido subitamente por motivos de força maior.
Após o início do processo, os adultos revelam algumas dificuldades, nomeadamente na construção do Portefólio Reflexivo de Aprendizagem (PRA), ou seja, apresentam algumas limitações na reflexão sobre a sua história de vida. Encontram-se também dificuldades ao nível da expressão oral e escrita, bem como nas TIC, consequência da pouca leitura e do pouco contacto com o computador, no seu dia-a-dia. Outro grande obstáculo é o conhecimento de uma língua estrangeira, a maior parte dos formandos não revela as competências essenciais para a sua validação, por isso é encaminhado para formações modulares. Os adultos lamentam-se, ainda, dizendo que têm pouca disponibilidade para a família, nomeadamente ao fim-de-semana, período em que aproveitam para desenvolver algum trabalho para o RVCC.
Apesar de todas estas dificuldades, com empenhamento, dedicação e com a reorganização do tempo, conseguem superar todos estes obstáculos.
Toda esta caminhada, período em que constroem o seu PRA, é orientada pelas profissionais e formadoras de RVCC. Com o nosso apoio, o adulto recupera e passa para o papel as suas vivências pessoais, familiares, sociais e profissionais, identificando competências esquecidas ou que nunca foram valorizadas.
Desde o primeiro momento vemos em cada adulto uma nova possibilidade, semeamos esperanças e tentamos acarinhar o sonho de alguém que se quer realizar. Esta intensa tarefa termina no Dia de Júri de Certificação, quando finalmente se confirmam todos os saberes revelados ao longo do processo. A nossa função cessa quando os formandos nos confessam emocionados que valeu o esforço e que pretendem continuar os seus estudos.
A todos os adultos os meus parabéns, pois são a nossa inspiração e um exemplo para várias gerações. Como diz o poeta Fernando Pessoa, na Mensagem: Tudo Vale a pena, se a alma não é pequena.
Carla Susana Azevedo
Formadora de CLC
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