quarta-feira, 14 de julho de 2010

DE FORMADORA A PROFESSORA...

Bem…o que dizer em relação a esta mudança! Em primeiro lugar, confesso que não foi fácil, pois desde logo tornou-se necessária e exigida uma mudança terminológica. Inicialmente as nossas conversas, entre colegas da equipa, eram uma constante aprendizagem, uma vez que ainda estávamos a interiorizar essas mesmas terminologias: RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências), PRA (Portefólio Reflexivo de Aprendizagens), CP (Cidadania e Profissionalidade), CLC (Cultura, Língua e Comunicação), STC (Sociedade, Tecnologia e Ciência), PDP (Plano de Desenvolvimento Pessoal)…
Para além do formador, do profissional e do técnico, surge ainda o adulto - nunca o aluno! Após algum tempo já se consegue dominar estas terminologias, mas a integração no processo como “especialista” de uma área de Competências - Chave e a adopção das novas metodologias é mais morosa. Aqui o nosso (refiro nosso, porque é um trabalho realizado em equipa) papel é participar no processo de RVCC, orientando a construção do PRA, no âmbito da respectiva área de Competências-Chave, no meu caso Cidadania e Profissionalidade, na validação de competências adquiridas pelo adulto e, sempre que se torne necessário, na definição do seu encaminhamento para outras ofertas formativas; organizar e desenvolver acções de formação complementar, que são da responsabilidade do Centro Novas Oportunidades, e participar nos júris de certificação.
O formador não ensina, orienta; o adulto não aprende, recorda e atribui significado aos saberes que possui. Apoia e ajuda o adulto a reconhecer que os diversos contextos e experiências pelas quais passou lhe proporcionam o desenvolvimento de competências e o acesso a saberes que têm de ser validados e, depois, certificados.
Como é que isso se torna possível? Torna-se possível quando orientamos, lemos ‘n’ versões do PRA, quando atendemos um adulto individualmente, quando em casa ou noutro local comunicamos através da internet, enviando sugestões/propostas de trabalho, e quando, com orgulho do percurso realizado, participamos na sessão de júri de validação. Quando se chega a esta fase, fica a sensação de dever cumprido.
A meu ver, e resultado daquilo que já experienciei até ao momento, os formadores dos CNO assumem um papel de enorme responsabilidade e um compromisso pessoal com cada adulto que acompanham. Por isso, muitos de nós chegam ao final esgotados, mas com a satisfação de ter visto rostos a sorrir e olhos a brilhar...

Susana Meireles

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